O influenciador Elizeu Silva Cordeiro, conhecido como "Big Jhow," foi preso na manhã desta quarta-feira (16), em Esmeraldas, na região Metropolitana de Belo Horizonte. Alvo da segunda fase da Operação Huracán, a prisão preventiva foi requerida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
"A prisão foi requerida como garantia da ordem pública porque o influenciador continuou com o sorteio ilegal do veículo Lamborghini mesmo após o sequestro judicial do carro, agora com a promessa de entrega de valor correspondente ao do veículo", explica a polícia.
A decisão foi proferida ainda no domingo, pelo juiz do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). Segundo o magistrado, o investigado não “respeita as determinações judiciais e os preceitos legais” e “insiste em promover alienação que sabe ilegal”.
“Não se trata de simples rifa de bem de valor desprezível, mas de operação milionária, cujo produto fatalmente terá que ser branqueado”, considerou o juiz.
Dois mandos de busca e apreensão também foram cumpridos, uma lancha e um jet ski.
O mandado de prisão foi cumprido pela Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais (CORE/MG), no condomínio onde Big Jhow reside, em Esmeraldas.
Não tenho como pagar ganhador de carro
"Antes preciso resolver a ação da Lamborghini, que é meu foco, não estou nem conseguindo dormir direito e preciso resolver isso com vocês, que estão participando", disse o influenciador Elizeu Silva Cordeiro, conhecido como "Big Jhow," em comunicado publicado no último sábado (12) no Instagram.
"Big Jhow" foi preso na última quinta-feira (10) por desobediência, durante uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal contra sorteios ilegais e lavagem de dinheiro.
As ações eram realizadas pela internet e, no dia da operação, ainda estavam ativas as rifas para o sorteio de um carro de luxo, da marca Lamborghini.
O veículo foi apreendido pela polícia, e agora, Big Jhow disse que não tinha condições de pagar ao ganhador do sorteio, que teria o resultado divulgado neste sábado.
"Foram bloqueadas todas as minhas contas, a Lamborghini foi apreendida, como a maioria de vocês já sabe. Mas eu vou ir até o final dessa ação, não vou prejudicar vocês, que sempre confiaram e participaram dos meus projetos", publicou o influenciador, garantindo que vai finalizar a ação, como combinado.
O comunicado dizia ainda que o ganhador ou ganhadora "não ficará no prejuízo". Ele também informou que entraria em contato com o vencedor para explicar a situação – que teve as contas bloqueadas e o carro aprendido e, por esse motivos, não teria como pagar.
"Mas vou entrar em acordo com a pessoa para poder pagar algum valor, de alguma forma, nem que seja parcelado, do jeito que eu conseguir cumprir o combinado. Me desculpem pelo transtorno, não tenho culpa, mas vou estar sempre procurando a melhor solução, pra que tudo se resolva da melhor forma!", disse Big Jhow, dizendo estar muito triste e que sempre foi honesto.
Operação mira influenciadores
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou na quinta-feira (10), uma operação que mirou dois influenciadores suspeitos de sorteios ilegais de carros e lavagem de dinheiro. Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Vicente Pires, no Distritro Federal, e em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Um dos alvos foi o influenciador Elizeu Silva Cordeiro, conhecido como "Big Jhow". Não havia mandado de prisão, mas ele acabou detido por desobediência, após se recusar entregar carros para os agentes que cumpriam os mandados.
Big Jhow foi solto após assinar Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na delegacia.
Ele foi candidato a deputado estadual pelo Solidariedade-MG, nas eleições deste ano, mas não se elegeu.
O segundo alvo foi o influenciador Marcelo Lopes, que tem 254 mil seguidores em uma rede social.
A ação faz parte da 2ª fase da Operação Huracán, deflagrada em março deste ano (veja detalhes abaixo). Dois veículos da marca Lamborghini, avaliados em R$ 5 milhões, foram apreendidos.
No estado mineiro, os agentes apreenderam uma lancha e um jet ski, avaliados em R$ 700 mil. Também foram bloqueados R$ 12 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Esquema de rifas
Segundo as investigações, entre outubro de 2021 e maio deste ano, o grupo promoveu a lavagem de R$ 12 milhões, obtidos por meio das rifas ilegais, por meio de empresas de fachada.
A polícia afirma que os influenciadores utilizavam um site para a venda dos sorteios e dissimulavam os valores arrecadados em três empresas de fachada, em Taguatinga, no DF, e em Contagem, em Minas Gerais.
Segundo a polícia, as rifas são ilegais porque a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia, o que não era feito pelo grupo.
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