A juíza Eliana Machado, da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), reforçou a importância de vítimas de violência doméstica serem capacitadas para o mercado de trabalho. "Não adianta apenas a decisão judicial contra o agressor. O que vai acontecer depois? O que vai ser da vida dessa mulher se o Estado como um todo não oferece uma forma de inseri-la no mercado de trabalho?", questionou.
Em entrevista à TV Tribunal, a magistrada destacou o projeto "Fortes Raízes", lançado na última semana em Maceió, como uma importante contribuição para romper a dependência econômica das mulheres. "É uma iniciativa que fortalece o enfrentamento à violência", disse.
O projeto vai contemplar inicialmente 30 mulheres inseridas em contextos de vulnerabilidade social. Elas participarão de oficinas temáticas sobre empoderamento e autoconhecimento, saúde e autoestima, lazer e saúde. Terão ainda a oportunidade de participar de cursos disponibilizados pelo Senac Alagoas.
A cozinheira Rosivânia Costa disse ver no projeto uma forma de mudar de vida. "Depois da agressão física, estou erguendo a minha vida. Estou focada em trabalhar, ter a minha renda para cuidar da minha casa e dos meus filhos".
Rositânia Roseno também é uma das participantes. Desempregada, ela vive separada de seu agressor há cinco meses. "Já trabalhei, mas deixei tudo para ser dona de casa e esposa dedicada. Não valeu a pena e hoje, aos 44 anos, tenho a possibilidade de ter um curso, ser qualificada e voltar ao mercado".
O projeto "Fortes Raízes" é uma parceria do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM/AL), do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Maceió (Codim) e do Sesc Alagoas. Tem ainda apoio do Senac Alagoas e da Prefeitura de Maceió, por meio do Gabinete de Políticas Públicas para Mulheres.
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