O júri dos dois acusados de matar o empresário Gilmário Alencar dos Santos, em 24 de fevereiro de 2021, iniciou nesta terça-feira (18) e deve seguir até a quarta (19). O julgamento leva em consideração o tempo de debate entre a acusação e a defesa, que é permitido para casos com dois réus.
Estão sendo julgados os réus José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar. Outro apontado como participante do crime, José Caetano da Silva Neto morreu em confronto com a Polícia, quando os policiais tentavam cumprir um mandado de prisão.
À época do crime, segundo a acusação, José Henrique decidiu matar Gilmário por não querer pagar cerca de R$ 10 mil que devia à vítima. Logo após, os réus tentaram extorquir dinheiro da família do empresário sob o pretexto de resgate, mesmo ele já estado sem vida. O empresário foi asfixiado até perder os sinais vitais no escritório do lava-jato de José Henrique.
Os réus teriam levado Gilmário para um terreno pertencente à família de José Henrique, na zona rural de Olho D'água das Flores e, ao perceberem um movimento da vítima assemelhado a uma tentativa de respiração, os autores teriam voltado a asfixiar a vítima. Por fim, teriam colocado o corpo em um tanque, jogado gasolina e ateado fogo.
Segundo o juiz Antônio Iris da Costa Júnior, no julgamento, cinco testemunhas da acusação serão ouvidas, além de cinco testemunhas da defesa e, posteriormente, os dois acusados. "Como há mais de um réu, serão duas horas e meia para o Ministério Público e os assistentes de acusação, e mais duas horas e meia para as defesas. Posteriormente, serão mais uma hora e meia de réplica para cada parte", detalhou o magistrado, que preside o júri no Fórum da Comarca.
Integrante da equipe de assistência da acusação, o advogado Raimundo Palmeira afirmou que um dos desejos é trazer Justiça para todo o Sertão de Alagoas. "O que a gente espera da sociedade nada mais nada menos do que Justiça. A condenação em todos os crimes imputados aos réus", declarou ainda. O promotor João de Sá Bonfim Filho representa o Ministério Público no processo.
O advogado Herófilo Ferro, que representa o réu José Henrique, ressaltou que o direito dos acusados a uma defesa qualificada é imprescindível no regime democrático.
"É necessário para a o resguardo do estado democrático que haja uma uma defesa forte. A gente respeita o sentimento das duas famílias. Tanto perdeu a família do Gil, como perdeu a família do Henrique. Um perdeu a vida e o outro perdeu a liberdade. Ele já vem há mais de dois anos e meio na cadeia, pagando supostamente pelo que fez. E aqui vamos esclarecer para que ele pague na medida da sua culpabilidade", frisou Herófilo.
Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.