Após ser adiado por duas vezes, o julgamento da morte do menino Rhaniel Pedro, de 10 anos, finalmente aconteceu nesta segunda-feira (12). Ana Patrícia da Silva Laurentino, mãe da criança, foi condenada a 41 anos de reclusão; o padrasto da vítima, Vítor de Oliveira Serafim, a 49 anos e o irmão do padrasto, Wagner de Oliveira Serafim, a 41 anos de prisão. O Júri Popular ocorreu no Fórum da Capital, no Barro Duro e durou 11 horas.
Rhaniel foi encontrado morto em uma calçada no bairro do Clima Bom, em Maceió, no dia 13 de maio de 2021. À época, a versão apresentada pela família à polícia foi de que ele tinha desaparecido um dia antes, ao sair de casa para o reforço escolar. No decorrer das investigações, a polícia chegou aos três como principais suspeitos da morte. Eles são acusados de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver.
No júri popular dos acusados de matar Rhaniel, o pai do menino, Otoniel Severino da Silva, afirmou que desconfiava que o filho estava passando por problemas na casa da mãe. Ele também diz acreditar que Ana Patrícia da Silva Laurentino tenha levado a polícia até Pernambuco para despistar as investigações.
A criança desapareceu numa quarta-feira e, na quinta, a polícia de Alagoas esteve na casa dele, no estado vizinho. Otoniel acredita que Ana Patrícia queria torná-lo suspeito de um falso sequestro.
A professora Fabiana, que dava aulas de reforço ao garoto Rhaniel, terceira testemunha a depor no julgamento, afirma que, no dia do desaparecimento da criança, a mãe do menino só buscou informações por ele no final da manhã.
“A mãe dele mandou uma mensagem perguntando se ele tinha deixado o livro de inglês na aula e, em seguida, disse que ele estava saindo de casa, mas ele não chegou. Eu disse que não estava no estabelecimento, mas que, quando chegasse, veria se o livro estava. No dia estava chovendo um pouco, mas depois a chuva aumentou e achei que ele tinha voltado para casa, porque ela não deixava ele ir quando chovia. Quando desci, vi que o livro estava, mandei uma mensagem de volta, mas ela não respondeu”, relatou.
A avó de Rhaniel, Maria Regina da Silva, que é mãe da ré, Patrícia Maria Regina da Silva, disse que Rhaniel não costumava sair de casa sem avisar.
“Ele era um menino tranquilo, gostava de estudar, nunca tinha saído sem avisar, não saía sem permissão. A última vez que tive com ele, deixei ele em casa e, no dia seguinte, fiquei ciente que ele tinha ido para o reforço de manhã cedo. No decorrer do dia, meu filho ligou para saber se ele estava comigo, mas ele não estava. Procuramos e, quando eu menos espero, no outro dia, encontro meu neto sem vida”.
Quinta testemunha a ser ouvida pelo júri no caso do menino Rhaniel Pedro, a prima da vítima, Evelyn Rebeca, classificou o padrasto da criança, Vítor Serafim de Oliveira, como um monstro. A adolescente de 15 anos também foi vítima do acusado, tendo sido estuprada por ele no ano passado. O réu, inclusive, foi preso à época por causa da violência sexual.
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