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18/10/2022 16:53
Justiça

Viúva de advogado morto depõe no julgamento e cita dívida de R$ 600 mil

Acusação é de que sócio da vítima encomendou o assassinato para não ter que pagar a dívida que tinha com José Fernando Cabral de Lima
Viúva de advogado assassinado na Ponta Verde, em Maceió, é a primeira a prestar depoimento no júri popular dos três acusados / Foto: Caio Loureiro/Ascom TJ-AL
Redação com G1

 A viúva do advogado José Fernando Cabral de Lima, assassinado em 2018 no escritório de uma casa de câmbio na Ponta Verde, em Maceió, foi a primeira a prestar depoimento no júri popular que investiga os três réus presos pelo crime, nesta terça-feira (18), no Fórum da Capital.

A médica Lenilde Madeiro Cabral contou em juízo que Sinval José Alves, sócio da vítima à época, devia R$ 600 mil a José Fernando, referente a honorários advocatícios não repassados. Para não ter que pagar a dívida, Sinval teria contratado Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bezerra da Silva Filho para cometer o crime.

Sobrinha de Fernando, Letícia Madeiro participou do julgamento e disse que o tio foi assassinado de forma brutal.

"A gente espera que a justiça seja feita e que seja atribuída pena máxima a todos os acusados para que a gente possa, finalmente, seguir as nossas vidas. Nada trará o tio, o pai, o filho, marido, o amigo de volta, mas que a justiça seja feita. Esse foi um crime bárbaro e covarde", disse.

Os três acusados negam participação no crime. Os advogados que representam os réus dizem que pretendem comprovar a inocência deles durante o julgamento.

Advogado de Sinval, Diego Mousinho, nega que ele tenha planejado o crime.

"Não tem nenhuma prova nos autos. O que tem é a tese do Ministério Público e da assistência de acusação de que existia uma suposta dívida de R$ 600 mil de Sinval com Fernando. Mas a prova que temos é que, na verdade, Sinval era credor de Fernando, no valor de quase R$ 1 milhão", disse o advogado.

A defesa de Irlan, acusado de ter executado o advogado, também sustenta a defesa do réu. "'A gente espera que a verdade venha à tona. A defesa juntou provas robustas para comprovam que Irlan não participou desse crime", disse a advogada Hívina Alves.

A previsão do juiz que conduz o júri popular, José Braga Neto, é de que o julgamento dure até dois dias, devido à complexidade do caso e a grande quantidade de testemunhas que foram chamadas para depor.

"São 17 testemunhas que devem ser ouvidas, podendo haver dispensa de algumas delas. Devemos ouvir os peritos também. Desse modo, esse julgamento pode durar mais do que nós imaginávamos", ponderou o magistrado.

A investigação do caso

De acordo com os autos, no dia do crime, Sinval e José Fernando estavam reunidos na casa de câmbio quando os executores chegaram na portaria informando que teriam um documento para ser entregue no local. Um funcionário do estabelecimento foi atendê-los e foi rendido.

Em depoimento, o funcionário que foi rendido pelos criminosos disse que eles subiram até o mezanino do escritório, onde estava José Fernando, pediram dinheiro para simular um assalto e dispararam tiros na cabeça dele.

Segundo testemunhas, o réu, Sinval José Alves, devia R$ 600 mil à vítima, e por esse motivo resolveu contratar Denisvaldo e Irlan para a execução e simulação do assalto.

Advogado de acusação, Tiago Pinheiro, espera que os acusados sejam condenados.

“O mandante era sócio da vítima e matou por ganância e ambição. Esperamos que o júri condene Sinval e os que, mediante pagamento, tiraram a vida de Fernando. Esperamos a condenação e também a indenização por danos morais e materiais em favor da família da vítima”, disse.

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