Os números econômicos do Brasil têm ficado estagnados e o crescimento no poder de consumo dos brasileiros ainda não reflete a expectativa criada em setores do governo para o país no pós-pandemia. A busca por mais informações acontecem em um momento no qual os índices mostram um país que segue patinando na busca por melhorias sociais, em meio às crises econômicas que afetam outras partes do mundo.
Um indicador recente publicado pela FGV (Faculdade Getúlio Vargas) mostra o cenário atual. O Monitor do PIB (Produto Interno Bruto) feito pela instituição apontou um tímido crescimento de 0,3% na atividade econômica do país na comparação com o mês anterior. Na comparação interanual, a economia cresceu 3,6% em abril e 2,8% no trimestre móvel terminado em abril.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o crescimento de 0,3% do PIB em abril em comparação a março é o terceiro consecutivo, embora seja a uma taxa menor que as anteriores.
“O setor de serviços parou de contribuir para o PIB da mesma forma que vinha contribuindo, principalmente devido à retração de comércio e transporte. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias também cresce pelo terceiro mês consecutivo. O único segmento de consumo a retrair foi o de produtos duráveis, o que pode ser reflexo da elevação da taxa de juros e das incertezas com relação ao desempenho econômico e político no ano eleitoral”, explicou Juliana.
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até abril, em valores correntes, foi de R$ 2,98 trilhões.
Parte da estagnação econômica, apesar do tímido crescimento, tem esbarrado de diferentes formas na vida do brasileiro. Neste momento, o principal sintoma da crise tem se refletido no desemprego. Apesar da queda de 0,7% no percentual de desempregados no trimestre encerrado em abril em comparação com o trimestre anterior, o número de desempregados ainda atinge quase 11% da população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de pessoas ocupadas chegou ao recorde histórico de 96,5 milhões - a maior taxa da série iniciada em 2012, com um aumento de 1,1% na comparação trimestral. A alta foi de 1,1 milhão de pessoas no trimestre e de 9 milhões de ocupados no ano.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, a queda na desocupação vem se mostrando sustentada desde o trimestre encerrado em julho de 2021, com avanços nos setores de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
“O grupo administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabeleireiros, manicure e esteticista”.
O IBGE aponta para o aumento no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, chegando a 35,2 milhões de pessoas. Na comparação trimestral o aumento foi de 2% e na anual houve crescimento de 11,6% no emprego formal. Esse número é importante, pois um crescimento amparado na informalidade não é sustentável no longo prazo.
Ainda assim, o IBGE aponta que o aumento da ocupação não se refletiu no rendimento real habitual, que caiu 7,9% na comparação anual, ficando em R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril. “Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público”, diz o comunicado do órgão.
Esse rendimento tem sido afetado pelo aumento dos preços, especialmente dos combustíveis. Em alguns lugares do Brasil, a gasolina custa mais de R$ 8. No início da semana, a Petrobras anunciou mais um reajuste, aumentando a parcela da empresa no preço final ao consumidor, que passou de R$ 2,81 para R$ 2,96 por litro.
Fonte: Agência Brasil
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